Viper – Theatre of Fate
Postado em 10/10/1989


Artista: Viper
País: Brasil
Álbum: Theatre of Fate
Gravadora: Estúdio Eldorado Records
Licenciamento: WikiMetal Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1989

Para falar sobre “Theatre of Fate” (1989), eu precisarei voltar no tempo, para uma época mágica, repleta de possibilidades e descobertas. Sim, os anos noventa foram incríveis, principalmente porque foi o período que descobri o Heavy Metal, não apenas como mais um estilo musical, e sim um modo ideológico de vida.

Foi no colégio, no antigo ginásio, que chegou às minhas mãos uma fita pirata, surrada e que continha no seu lado A “Soldiers of Sunrise”, enquanto no seu lado B estava o já mencionado “Theatre of Fate”, primeiro e segundo álbuns da paulista VIPER, respectivamente. Mas vamos nos ater ao segundo, que é o foco deste texto.

“Theatre of Fate” foi registrado em São Paulo, no BMG Ariola Studios, sob a condução de Roy Rowland, que já havia produzido o Testament. O material foi mixado e masterizado no exterior, mais precisamente no Strawberry Studios, Inglaterra. Ou seja, a banda se cercou de todos os cuidados para fazer um álbum bem superior ao seu antecessor que, apesar de ter feito muito barulho, inclusive no Japão, tinha uma qualidade de produção muito ruim.

Este segundo capítulo na carreira do VIPER mostrou uma banda muito mais madura, e que decidiu mergulhar à fundo na junção de música clássica com o Power/Speed Metal. Foi aqui que as comparações com “Walls of Jericho” dos alemães do Helloween pararam, para alívio geral da nação! A proposta era inegavelmente outra, com arranjos possuindo mais requinte dentro de estruturas típicas do Speed Metal, tornou o som único, elevando mais ainda o nome dos brasileiros no exterior.

“Illusions”, faixa de abertura instrumental e que serve de introdução para as demais, já demonstra com clareza a tal conotação clássica, que me referi acima. Na sequência, com a chegada da trinca “At Least a Chance”, “To Live Again” e “A Cry from the Edge”, tudo fica muito mais escancarado. Pit Passarell evoluiu muito como compositor, e viu no potencial de Andre Matos a parceria perfeita para a criação de arranjos pomposos, cheios de requinte e bom gosto.

A quebra de andamento do álbum atende pelo nome de “Living for the Night”, uma semi balada que marcou uma geração inteira de fãs do estilo. Nela temos um dos refrões mais belos já escritos por uma banda brasileira, aliada com a voz doce e sempre marcante de Andre. “Moonlight” encerra o disco trazendo uma versão para a “Sonata do Lugar”, de Ludwig Van Beethoven. Essa, aliás, foi a única composição de Andre Matos para o play, ressaltando ainda mais o lado erudito do grupo.

“Theatre of Fate” foi a minha porta de entrada para o mundo da música pesada, e sempre terá um lugar muito especial no meu coração. Ouvir este disco em pleno 2024, para a composição deste texto, me trouxe memórias muito especiais da minha adolescência. Ou seja, dá pra notar que a trilha sonora daquela fase da minha vida, foi muito bem escolhida.

Formação:

Andre Matos (vocalista, tecladista)
Yves Passarell (guitarrista)
Felipe Machado (guitarrista)
Pit Passarell (baixista)
Sérgio Facci (baterista)

Tracklist:

01. Illusions
02. At Least a Chance
03. To Live Again
04. A Cry from the Edge
05. Living for the Night
06. Prelude to Oblivion
07. Theatre of Fate
08. Moonlight

 
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