Artista: Trovão
País: Brasil
Álbum: Diamante
Gravadora: Classic Metal Records
Licenciamento: Classic Metal Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2025
A paulista Trovão iniciou os seus trabalhos no ano de 2018, de maneira muito tímida, e com o lançamento do seu debut “Prisioneiro do Rock ‘n’ Roll”, em 2021, começou a ganhar espaço no nosso underground nacional. Com a proposta de reverenciar o alicerce da cena brasileira, de nomes como Santuário, Centúrias, Vapor, Zona Abissal e o Overdose na fase do EP “Século XX” de 1985, o grupo não se acanha em emular toda a estética visual e musical dos saudosos anos oitenta.
É dentro dessa premissa que nasceu “Diamante” (2025), seu segundo álbum e que eleva ainda mais o padrão de qualidade apresentado em “Prisioneiro do Rock ‘n’ Roll”. Está tudo aqui, no seu devido lugar com conexões bem fundamentadas! Sonoridade calcada na NWOBHM, letras em português, produção buscando aquela velha textura analógica, sintetizadores sempre presentes e o visual colorido e espalhafatoso dos seus músicos. Não tenha dúvidas que o acerto aqui se deu nos mais diversos detalhes, mas tenderá a agradar apenas aos bangers de mais idade. E está tudo bem, já que esse será o público alvo de qualquer maneira.
Como mencionei acima, um dos pontos altos ficou a cargo da produção de Rodrigo Toledo, que aconteceu entre maio de 2024 e fevereiro de 2025. O profissional soube imprimir a roupagem correta para que tudo não soasse anacrônico, sendo muito fácil acreditar que este álbum tenha sido originalmente registrado nos anos oitenta. O uso do reverb foi fundamental para que o resultado ficasse tão bom, além, é claro, dos teclados e sintetizadores de Luke D. Couto, que me fizeram lembrar as antigas trilhas sonoras de filmes como “Gremlins” (1984), “Os Goonies” (1985) e “A Hora do Lobisomem” (1985).
O vocalista Gustavo Trovão, apesar do carregado sotaque paulista, é certamente um dos destaques. A voz do cara não é adocicada, aliás, vai até um pouco na contramão disso! Acredito que músicas como “Preso ao Passado”, “Seres da Noite” e “Trovão” adquiriram o peso necessário graças a personalidade dele, então não espere por nada muito melodioso e que possa vir a cansar com facilidade. E, foi dentro desse desempenho, que também entregou a sua melhor interpretação em “Até o Fim”. Essa última, vale ressaltar, trata sobre a luta contra a ansiedade, passando uma perspectiva bastante positiva.
“Não Lembre Mais de Mim” foi uma grata surpresa! Essa faixa é um resgate da curta história da banda Vapor, que infelizmente nos deixou cedo demais. Achar qualquer coisa do grupo atualmente é uma tarefa extremamente complicada. Fui pesquisar mais sobre, para fundamentar este texto, mas sem sucesso algum. Dessa forma, creio que o serviço prestado pela Trovão em manter a memória da Vapor ainda viva, é um dos principais benefícios que “Diamante” acabou revelando. Revigorante!
Eu estou viciado no disco desde que o pessoal da Classic Metal Records nos enviou. “Diamante” se configura como sendo uma audição agradável, nostálgica e, talvez, o fator das composições serem todas em português, tenha ajudado para que o disco transmitisse tantas boas sensações. Contudo, novamente afirmo que este play não deverá ser abraçado pela molecada. Na verdade esse “Diamante” foi forjado e lapidado, para dar uma nova opção de entretenimento aos fãs que nasceram no final das décadas de sessenta e setenta.
Formação:
Gustavo Trovão (vocalista)
Alexandre Gatti (guitarrista)
Igor Senna (guitarrista)
Lucas Chuluc (baixista)
Alan Caçador (baterista)
Luke D. Couto (tecladista)
Tracklist:
01. Preso ao Passado
02. Seres da Noite
03. Trovão
04. Até o Fim
05. Olhos da Cidade
06. Diamante
07. Não Lembre Mais de Mim (Vapor cover)
08. Sociedade Corrompida
09. Insanidade
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