Artista: The Heathen Scythe
País: Brasil
Álbum: The Heathen Scythe
Gravadora: Independente
Licenciamento: The Heathen Scythe
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2024

Eu fui apresentado a esta THE HEATHEN SCYTHE pela equipe de produção do Bangers Open Air e, em uma simples conferida nos seus videoclipes, todos eles com produções de excelência, achei que se tratava de uma banda escandinava. Ledo engano, meus amigos. Esta formação é brasileira e nasceu da mente criativa do vocalista Da’at, que já havia feito o seu nome na cena através do projeto Aclla, anos atrás.

Em 2024 o sexteto soltou no mercado, de forma independente, o seu primeiro EP contendo seis músicas, todas muito bem construídas, linkadas entre si e com uma proposta muito rica, especialmente quando analisamos o mercado nacional como um todo. Homônimo, o material nos entrega uma gama de influências que, dificultam bastante inserir estes caras neste ou naquele segmento. Sendo assim não vou aqui me arriscar e, acabei enxergando a proposta musical como sendo calcada no Modern Metal.

Produzido pela própria banda, tendo a mixagem e masterização assinadas por Lasse Lammert, o produto agrada em todos os aspectos. Tanto em âmbito sonoro quanto no visual, “The Heathen Scythe” acaba por ser qualificada como uma obra irrepreensível, para os entusiastas que gostam de descobrir novidades por aí. Marcelo Vasco, guitarrista da The Troops of Doom e experiente designer gráfico, foi o responsável pela arte da capa, que acabou por aglutinar todas as composições em uma embalagem que justifica a compra da versão física. Matador!

Agora, partindo para as faixas, como dito anteriormente, todas elas são complexas, repletas de detalhes e influências. “Casting the Circle” abre a bolachinha servindo como uma espécie de introdução, conduzida por Da’at, como se estivesse pregando sua mensagem em uma espécie de culto profano! Aliás, este caráter cênico, por muitas vezes dramático, permeia todo o conteúdo aqui apresentado.

“The Heathen Scythe” vem na sequência e é uma das melhores, possuindo andamentos e vocalizações que me remeteram bastante aos tempos áureos do Nevermore, atreladas com orquestrações típicas dos álbuns dos ingleses do Cradle of Filth. Se até aqui a sua cabeça não deu um nó, parabéns, porque a minha deu no momento das inserções Folk que ela também apresenta, antes do seu desfecho! Miscelânea de respeito, fiquem seguros quanto a isso!

As experimentações fazem parte da tônica, então não me espantei quando a primeira parte de “Welcome (to the Dead)” me entregou algo do Industrial, que a turma do Nu Metal soube utilizar quando seu movimento cultural começou nos anos dois mil. O tom de imprevisibilidade continuou inalterado com as chegadas de “The Offering” e “Into the Fire”, esta segunda com o refrão mais pegajoso e melhor escrito de todo o EP. Aliás, acredito que “Into the Fire” passe a se tornar figurinha carimbada nos shows destes paulistas, daqui por diante! Excelente!

A construção de “Spiral Dance – The Egregore” meio que se conecta com “Casting the Circle”, servindo como o desfecho providencial, para o inspirado culto pagão proposto por Da’at e seus asseclas. Início, meio e fim muito bem definidos, como ocorrem nas obras literárias dos mestres Snorri Sturluson e Neil Price! Então, finalizo este texto atestando que a THE HEATHEN SCYTHE é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores descobertas que tive acesso no nosso país em muito tempo!

Formação:

Da’at (vocalista)
Hesed (guitarrista)
Netzah (guitarrista)
Yesod (baixista)
Hokhmah (tecladista)
Malkhuth (baterista)

Tracklist:

01. Casting the Circle
02. The Heathen Scythe
03. Welcome (to the Dead)
04. The Offering
05. Into the Fire
06. Spiral Dance – The Egregore