Os temas das letras do Heavy Metal como um todo podem causar choque nos ouvintes, que não estão acostumados com seu teor. Temáticas como morte, destruição e satanismo são comuns em certos sub gêneros e, governos de países totalitários, costumam usar isso como desculpa para impedir bandas de visitarem seus países.

No caso do SEPULTURA, a história não foi diferente e várias nações proibiram o grupo de realizar shows por lá. Em entrevista ao G1, o guitarrista Andreas Kisser comentou sobre esse preconceito e disse que descobriu recentemente que o grupo está banido na China, país importante com mais de um bilhão de habitantes.

“Ainda tem um preconceito absurdo. Mas o Heavy Metal é coisa de família, meu! É muito família. É um dos estilos mais populares do mundo. O SEPULTURA já tocou em mais de oitenta países nesses quarenta anos de história. Já fomos para lugares como Geórgia, Armênia… tocamos com banda do Irã, onde a música é proibida, inclusive. Agora, fiquei sabendo que estamos banidos na China. Descobrimos porque estávamos procurando datas pra tocar lá, e de repente começaram a aparecer restrições por causa de letras ou conteúdos específicos. No Líbano e no Egito também não podemos tocar, por motivos religiosos e políticos”, disse.

Kisser comentou que há sim público para o Metal nesses países e comentou sobre uma música da banda que trata justamente dessa questão das fronteiras e conflitos geopolíticos.

“No Líbano, por exemplo, a gente ia fazer um show e já tinha mais de duas mil pessoas confirmadas. Cancelaram em cima da hora. Estávamos na Turquia e nem conseguimos voar pra lá. É muito triste. Hoje, com a guerra, a situação está ainda pior. Rússia é um dos lugares mais incríveis onde já tocamos, mas também não podemos ir. A Ucrânia, a mesma coisa. A gente tem uma música chamada ‘Territory’ que fala justamente disso: fronteiras, conflitos. O que está acontecendo em Gaza hoje já era tema nas nossas letras lá atrás. O Heavy Metal fala, sim, dessas questões. Não é só sobre dragões e fogo, como muita gente pensa”, concluiu.