Septicflesh – Death Metal Épico com um toque Helênico
Postado em 01/01/2022


Artista: Septicflesh (Grécia)
Evento: Tyrant Fest
Cidade/Estado/País: Oignies – França
Local: Le Metaphone
Data: 16 de Novembro
Ano: 2019
Produtora: Nao Noïse Productions

Com o lançamento do portal da The Ghost Writer Magazine, que estreou neste mês de março de 2022, e com a enorme carência de shows atualmente, por conta da situação pandêmica que o mundo ainda vive, fomos obrigados a revisitar uma experiência incrível que tivemos na França, em 2019, para que a nossa equipe europeia possa também participar deste mês comemorativo.

Optamos por dividir este texto em quatro partes, para darmos a devida importância para os principais envolvidos no cast do Tyrant Fest, e também, para não deixar este texto extenso demais. Nesta primeira parte, temos como foco a apresentação do SEPTICFLESH e nossas impressões sobre a estrutura e qualidade de trabalho da produtora Nao Noïse Productions.

O Tyrant Fest iniciou sua trajetória em 2016 na França, e ano após ano foi evoluindo em sua estrutura, para poder trazer sempre atrações de peso para o público. Em 2019, como headliners da quarta edição, acompanhamos de perto os shows do Mayhem, SEPTICFLESH (substituindo o Belphegor), Ghaals Wyrd e Seth.

A referida edição aconteceu no Le Metaphone, em Oignies, que é uma casa de shows relativamente pequena, e que não comporta mais de 1.000 pessoas por espetáculo, acredito. Desta forma, foi até previsível constatar que ambos os dias de evento, 16 e 17 de novembro, estavam sold out.

Outros pontos positivos foram os tatuadores presentes, além de uma área de merchan farta, que me fez gastar bastante com LPs e CDs. Para quem gosta de produtos físicos, foi de fato um prato cheio encontrar diversas raridades, e edições especiais de vários clássicos do Metal Extremo. A área de alimentação era bem estruturada, ainda que qualquer coisa que se pense em comer era extremamente caro, principalmente se você vier do Brasil com o Real desvalorizado do jeito que está. Mas o que importa é que, de fato, toda a produção estava dentro de um alto padrão de qualidade, na grande maioria dos aspectos.

O SEPTICFLESH, substituindo o Belphegor como headliner, como anteriormente mencionado, foi a grande atração da primeira noite de festival. Confesso que estava ansioso para ver os caras ao vivo, principalmente porque, álbuns como “Mystic Places of Dawn” (1994) e “Έσοπτρον” (1995) foram uma escola para mim, sendo parte importante da minha formação musical. Aliás, o Metal helênico exerce muita influência no meu gosto pessoal, até os dias de hoje. Impossível não lembrar com respeito bandas como Rotting Christ, Thou Art Lord, Nightfall, Horrified e The Elysian Fields, apenas para citar algumas.

Não sei como as coisas funcionam aí no Brasil, mas aqui na Europa os fãs tendem a prestar mais atenção do que, propriamente, agitar e se divertir durante os shows. Então, é muito comum vermos bandas que praticamente imploram por interação, sem qualquer tipo de sucesso. No caso do SEPTICFLESH, tal apatia dos bangers se manteve no início da apresentação com “Portrait of a Headless Man” do “Codex Omega” (2017) e “Pyramid God” do “The Great Mass” (2011).

O vocalista Spiros Antoniou, mesmo preso ao contrabaixo, é um excelente frontman. Além de possuir um vocal gutural encorpado, o cara não para de chamar o público, se comunicando o tempo todo, e pedindo por sua participação. Admito que em diversos momentos ele conseguiu respostas positivas, mas ainda assim, muito aquém do que a banda merecia.

Apesar do Le Metaphone ser um local pequeno, como já mencionei, o seu palco é excelente! A banda contou com canhões de fumaça e uma iluminação impecável! Ponto positivo para o técnico de luz dos caras, que soube criar a atmosfera perfeita para o atual Death Metal Sinfônico praticado pelos gregos, ter a ambiência coerente e necessária. Desta forma, com algumas poucas pausas entre as músicas e discursos inflamados de Spiros, o grupo seguiu com “Martyr”, “Prototype”, “The Enemy of Truth” e “Communion”, sempre mantendo a alta qualidade, que privilegiou os seus trabalhos mais recentes.

“The Vampire from Nazareth”, música de abertura de “The Great Mass” (2011), e “Anubis” do álbum “Communion” (2008) foram certamente os destaques. Mas como nem tudo são flores, achei os playbacks com as orquestrações muito altos, abafando o vocal de Spiros em diversos momentos. Acredite, isso incomodou muito!

Os caras encerraram o set com “Dark Art”, novamente do “Codex Omega”, antes de se despedirem do público. Sim, o SEPTICFLESH foi muito bem recebido pelos franceses, mas como sou chato, acabou que na minha ótica foi tudo um pouco frustrante, pois absolutamente nada do “Sumerian Daemons” (2003) para trás foi lembrado. Eu tinha esperanças, ainda que remotas, admito, de poder ouvir ao vivo algo como “Pale Beauty of the Past”, “The Future Belongs to the Brave” ou a faixa título do segundo álbum. Mas ficou apenas na esperança, mesmo!

O SEPTICFLESH tem um show poderoso, afinal são muitos anos de atividades e experiências adquiridas, ainda assim, acredito que renegar o passado é um erro absurdo. Atualmente eles estão muito orquestrais, modernos, o que pode desagradar os fãs mais puristas, que preferem algo mais simples e orgânico. Eu sou um destes…

Setlist:

01. Portrait of a Headless Man
02. Pyramid God
03. Martyr
04. Prototype
05. The Enemy of Truth
06. Communion
07. The Vampire from Nazareth
08. Prometheus
09. Persepolis
10. Anubis
11. Dark Art

 
Categoria/Category: Shows
Notícia mais recente: «
Notícia mais antiga: »

TOP