Artista: Rotting Christ
País: Grécia
Álbum: A Dead Poem
Gravadora: Century Media Records
Licenciamento: Cold Art Industry
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1997
Não há quem não tenha a coragem de afirmar que o cenário helênico do Metal Extremo, sempre foi fundamental para a proliferação da cultura underground no resto do mundo. Nomes que fincam a bandeira grega nos mais diversos mercados e exemplificam tal importância não faltam. Necromantia, Varathron, SepticFlesh, Kawir e ROTTING CHRIST são apenas alguns representantes, de um verdadeiro e rico celeiro de artistas, que sempre se manteve fiel aos seus ideais, para juntos criarem uma linguagem musical muito própria.
Foi dentro desta conjuntura que o ROTTING CHRIST nasceu, na segunda metade dos anos oitenta, e estabeleceu seu nome, sempre com lançamentos ideologicamente embasados no satanismo, ocultismo e anti-cristianismo. “Thy Mighty Contract” (1993), “Non Serviam” (1994) e “Triarchy of the Lost Lovers” (1996) representam o inicio de sua carreira discográfica, mas foi em “A Dead Poem” que os irmãos Tolis se permitiram ousar, incrementando elementos do Gothic Metal ao seu Black Metal old school.
É um fato que os fãs mais ortodoxos torceram o nariz para o quarto lançamento do ROTTING CHRIST, porque as mudanças, ao mesmo tempo que foram benéficas para o seu amadurecimento, por outro lado as afastou da proposta rústica e fria dos seus três antecessores. Foi neste disco, inclusive, que a banda optou por modificar a sua linguagem visual, apresentando uma nova logomarca, mais polida, e que se encaixava mais com a nova proposta.
Particularmente eu recebi “A Dead Poem” de braços abertos, e já nos seus primeiros instantes, fui presenteado com duas canções que fazem parte da minha lista de prediletas, de toda a carreira dos caras. “Sorrowfull Farewell” e “Among Two Storms” apresentaram um novo ROTTING CHRIST, mais polido, mais melodioso e que se aproximou bastante do gótico. Prova disso é que, na própria “Among Two Storms”, temos a muito bem vinda presença do vocalista Fernando Ribeiro (Moonspell) dividindo as vozes no seu refrão com Sakis Tolis, tornando uma junção improvável, bem palatável.
Sim, podemos afirmar de maneira contundente que “A Dead Poem” foi a porta de entrada do ROTTING CHRIST para um lado mais comercial. Todavia, o estilo de composição de Sakis é perceptível em toda a obra, principalmente quando focamos nos riffs frios e bases que têm como predominância a cadência em suas estruturas. A faixa título, por exemplo, poderia estar facilmente figurando na track list de “Non Serviam”, além de “Between Times” que tem uma aura que chega bem perto de “Triarchy of the Lost Lovers”. Ou seja, temos o mesmo escritor atuando, mas se permitindo transitar por outros caminhos.
Registrado em maio de 1997 no Woodhouse Studios em Hagen, Alemanha, “A Dead Poem” causou muita polêmica, mas acabou se tornando um dos álbuns mais cultuados da história da banda. Reitero que, apesar de idolatrar a sua fase inicial, foi a partir daqui que comecei a dar muito mais atenção para este projeto dos irmãos Tolis. Um dos meus discos de cabeceira, e um dos precursores do que se convencionou a se chamar de Dark Metal.
Formação:
Sakis Tolis (vocalista, guitarrista, baixista)
Themis Tolis (baterista)
Tracklist:
01. Sorrowfull Farewell
02. Among Two Storms
03. A Dead Poem
04. Out of Spirits
05. As If by Magic
06. Full Colour Is the Night
07. Semigod
08. Ten Miles High
09. Between Times
10. Ira Incensus
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