Artista: Rotting Christ
País: Grécia
Álbum: Pro Xristou
Gravadora: Season of Mist
Licenciamento: Urubuz Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2024
No cenário há mais de trinta e um anos de atividades ininterruptas, o ROTTING CHRIST é aquele tipo de banda que dispensa apresentações. Mesmo o fã mais leigo de Metal Extremo, a conhece e a respeita como uma das mais representativas do Black Metal europeu. Desde o lançamento de “Thy Mighty Contract” em 1993, seu clássico álbum de estreia, Sakis Tolis nos apresenta uma série de títulos que sempre geram algum impacto na cena, e com este “Pro Xristou” não foi diferente.
“Pro Xristou”, seu décimo quarto álbum de inéditas, foi registrado no Deva Sounds Studios em Atenas, Grécia, e a sua pós produção ocorreu na Suécia, mais precisamente no Fascination Street Studios. E o resultado não poderia ter sido melhor, novamente apresentando o alto padrão de qualidade sonora, que já estamos acostumados quando o assunto é ROTTING CHRIST. Sempre com Sakis a frente de absolutamente todos os estágios do processo de gravação, temos mais uma vez um disco que dá gosto de ser apreciado, do início ao fim.
A arte da capa é literalmente uma obra de arte. A imagem chama-se “Destruição” e ela faz parte da série de pinturas “O Curso do Império”, de Thomas Cole (1801-1848). Para alguns pode até parecer uma atitude preguiçosa, usar uma pintura de domínio público para ilustrar este novo full lenght, mas eu sinceramente acredito que ela foi incrementada pela sua conectividade com as letras. Aliás, tudo aqui é muito linkado e, como já conheço o trabalho minucioso destes gregos, tal escolha não se deu sem um bom motivo.
Tendo agora como foco a parte musical, o que para mim foi um ponto positivo, para outros pode ser o fator principal para não darem muita bola para este material. “Pro Xristou” é um álbum típico do ROTTING CHRIST, com músicas cadenciadas predominando, narrações, temas melodiosos e riffs típicos de álbuns como “A Dead Poem” (1997) e “Sleep of the Angels” (1999). Ou seja, nada de novo dentro da fórmula criada nos anos noventa. Mas então, o trabalho soa repetitivo?! Soa sim, em diversos aspectos! Mas confesso que prefiro ele do que a fase que a banda optou por usar o idioma grego nas suas letras, como na do mediano “Rituals” (2016).
Na verdade, eu adorei “Pro Xristou”, principalmente porque eu gostaria de ouvir algo do ROTTING CHRIST que me remetesse a sua fase áurea, e Sakis entregou justamente isso. Músicas como “Like Father, Like Son” e “La Lettera del Diavolo” me transportaram no tempo, quando ainda o grupo fazia parte do rico catálogo da Century Media Records. Como esquecer da “Out of the Dark Tour” (1996), que também contou com nomes como Moonspell, The Gathering, Sentenced, Samael e Crematory?! Impossível!
“Pix Lax Dax” é outra que elejo como uma das minhas prediletas! Com corais muito bem encaixados, riffs com a assinatura e estilo singulares de Tolis, além de portar linhas de vozes capazes de tirar um sorriso do mais sisudo dos ouvintes, essa aqui passa a ser obrigatória na sua atual turnê. Não por acaso, se a colocássemos no meio da tracklist de “A Dead Poem”, o mais desatento nem iria perceber a inclusão, tamanha a semelhança estética. Novamente, eu amei tudo aqui pela sua previsibilidade, mas entendo quem critique o álbum devido a isso.
Como fã e não apenas como jornalista, termino a minha audição satisfeito com “Pro Xristou”. Na verdade, após os experimentalismos de vários dos seus álbuns anteriores, este resgate ao som do ROTTING CHRIST dos anos noventa foi um verdadeiro presente. Estarei na turnê brasileira em 2025, e espero poder conferir ao vivo pelo menos quatro deste CD, que já se tornou o meu preferido dos caras em muitos anos!
Formação:
Sakis Tolis (vocalista, guitarrista)
Themis Tolis (baterista)
Setlist:
01. Pro Xristou (Προ Χριστού)
02. The Apostate
03. Like Father, Like Son
04. The Sixth Day
05. La Lettera del Diavolo
06. The Farewell
07. Pix Lax Dax
08. Pretty World, Pretty Dies
09. ᛦᚵᛑᚱᛆᛋᛁᛚ
10. Saoirse
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