– Atualmente a marca Rick Barros faz parte do cast da MS Metal Agency Brasil. Como tem sido essa parceria até aqui?
R: Ter uma agência/gravadora especializada no segmento é muito importante, especialmente para artistas emergentes como eu, cuja relação estreita com os players do mercado, incluindo os veículos de imprensa, está se consolidando. Essa ponte é essencial e, com ela, temos alcançado bons resultados.
– O álbum “Reasons for my Vengeance”, foi lançado e confesso que já esperava por algo assim vindo de você. Qual a razão para ter gravado esse material nesta fase da carreira?
R: O “Reasons for my Vengeance” nasce de uma necessidade de expressão de ideias musicais através da guitarra, mas também de passar por um processo que se dá ao meu próprio modo, testando caminhos musicais e estratégicos que desafiam o modus operandi das bandas pelas quais passei, em alguns aspectos. A temática escolhida para conectar as músicas do álbum, o embate entre a humanidade e as máquinas conscientes, é algo que iniciei em 2012, quando o tema ainda não era tão explorado. Na época, inclusive, comecei a escrever uma ficção chamada “Ambientes Artificiais”.
– Eu particularmente acho o som do seu projeto solo incrível, mas gostaria de saber como você se enxerga, como se rotula. Onde você acha que sua carreira se encaixa no mercado atual?
R: Agradeço pela apreciação. Fico lisonjeado. Procurei não me prender a uma sonoridade muito fechada em uma subvertente, o que evidenciou ainda mais a necessidade de um tema que conectasse as faixas. As sonoridades transitam entre si com riffs de Thrash a Prog, com orquestrações e discretos temperos que vão do baião ao flamenco. Provoco o público a tentar rotular essa sonoridade.
– Como tem sido a recepção dos fãs com relação ao álbum “Reasons for my Vengeance”?
R: A recepção tem sido excelente. Absolutamente todos os comentários têm sido positivos, o que me deixou gratamente surpreso. Em tempos em que é muito comum que o público encontre motivos para críticas e as dispare com frequência, chega a ser curioso o acolhimento que o álbum vem recebendo. Essa conexão está sendo fantástica.
– Os planos do projeto envolvem apenas o lançamento de Singles e EPs ou um novo álbum está previsto no seu planejamento?
R: Há alguns planos para lançamentos futuros, e as possibilidades são inúmeras. Penso em um álbum ao vivo, mas também em um álbum cantado, ou mesmo outro álbum instrumental. Vai depender do balanço final do “Reasons for my Vengeance”.
– “Rising Empire” é outra música de peso do álbum. Você já apresentou essa música nos shows? Como o público tem reagido e como se deu seu processo de composição?
R: Sim, a toquei pela primeira vez na Conecta + Música & Mercado, em uma apresentação na feira da música. Ela é uma ótima música para abrir o show, pois tem toda uma atmosfera épica inicial, que desemboca em riffs poderosos de guitarra. As músicas foram compostas e arranjadas pensando na curva emocional do show. Cada escolha foi feita para a experiência do público, mas sem fugir da espontaneidade do meu processo criativo e da minha linguagem própria.
– Imagino que você continua compondo em estúdio. No geral, como funciona internamente este trabalho com você?
R: O meu processo se inicia com a seleção de algumas faixas com loops de bateria com as quais faço “jams” em busca de novas ideias de riffs, como se estivesse criando com um baterista ao vivo. Conforme vão surgindo esses riffs, crio ideias de conexão entre eles, que normalmente surgem com o desenrolar das melodias. Às vezes o processo é inverso, partindo de uma melodia inicial. Na “Symbolic Equity”, por exemplo, a composição começa com desenho de formas geométricas sobre ciclos de terças, quartas, quintas e cromatismos, seguindo uma linha mais analítica para encontrar caminhos.
– Como você enxerga o mercado fonográfico em 2025? Ainda existem espaços para projetos instrumentais como o seu?
R: A música instrumental está aí desde a antiguidade e, hoje, só se expande com a sincronização a jogos e filmes. Em relação ao mercado, o que determina o alcance de um artista é a estrutura que há por trás dele. Não há mais bandas se tornando relevantes de forma espontânea como há alguns anos atrás. A hiperconectividade tornou a arte um produto secundário no mercado do entretenimento. Quanto mais raso, imediatista, hilário e polêmico para caber em um short, reel ou story, mais alinhado estará às tendências do algoritmo. O Metal existe dentro de uma bolha distinta, em que o público ainda detém alguma seletividade, se comparado a gêneros de massa, mas, no âmbito nacional, o devido prestígio só é creditado a bandas que se ramificam de duas ou três colunas vertebrais. De toda forma, acredito que o potencial do meu trabalho se alinha com propostas culturais de ocupação dos espaços públicos, preservação da linguagem guitarrística e educação musical, o que abre para campos além dos shows convencionais.
– Geralmente você trabalha com algum produtor externo? Pergunto isso, porque a maioria dos artistas que entram em contato conosco, preferem concentrar a produção neles próprios…
R: Ter autonomia para tomar decisões é muito importante, mas concentrar tudo em si só nem sempre é o melhor caminho. Acredito que qualquer banda ou artista precisa reconhecer suas melhores habilidades e delegar aquilo em que ainda não possui excelência. Esse equilíbrio é necessário. O meu disco foi produzido pelo Thiago Bianchi e lançado pela MS Metal Records, e essas parcerias foram fundamentais para o resultado alcançado. Cada player exerce um papel importante.
– Muito obrigado pelo tempo cedido para a equipe da The Ghost Writer Magazine. Agora pode ficar à vontade para as suas considerações finais…
R: Sou eu que agradeço pelo espaço cedido e pelo tempo de leitura dedicado pelo público. Aproveito para convidar todos a acompanhar meu trabalho mais de perto, através do Instagram, do YouTube e pelo meu site oficial. Serão todos muito bem vindos e respondidos. Ouçam o disco “Reasons for my Vengeance” nas principais plataformas de streaming. Stay Metal!!!
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