Putrid Impetus – Fatal Necrotic Ecstasy
Postado em 15/02/2025


País: Brasil
Álbum: Fatal Necrotic Ecstasy
Gravadora: Rotten Foetus Productions
Licenciamento: Rotten Foetus Productions
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2025

A arqueologia nunca foi o meu forte, nem na época que eu era um jovem universitário. Contudo, hoje a proposta aqui é de escavarmos juntos até encontrarmos as entranhas do nosso underground. E qual seria a outra maneira de conhecermos algo tão obsceno quanto a Putrid Impetus, se não fosse com um trabalho de submersão absoluta? Pois então, dito tudo isso, eis que vos apresento o seu álbum de estreia, o curtíssimo “Fatal Necrotic Ecstasy” (2025), lançado no país pela Rotten Foetus Productions.

A proposta vai bem direto ao ponto e, com seus pouco mais de vinte minutos, “Fatal Necrotic Ecstasy” nos revela ser um título que se encaixa perfeitamente no gênero do Brutal Death Metal. Logo de cara, o demérito da bolachinha fica ligado a sua curta duração! Quando você menos espera, o disco já acabou e temos que retornar para a primeira faixa, a introdução “Enter the Gory Morgue”. Ou seja, temos um ponto que me incomodou bastante, apesar de ter gostado muito das outras sete músicas, propriamente ditas.

Se por um lado a duração me acendeu uma baita luz vermelha, por outro ela permitiu que a minha audição não fosse cansativa. Outro aspecto que colabora para a fácil assimilação das estruturas musicais apresentadas, é que elas são bem variadas, diversificadas mesmo. Mas que fique claro que, a pancadaria é o mote de toda a concepção da obra, contudo, não para por ai! Desta forma podemos atestar um híbrido de andamentos que contam com passagens rápidas, outras lentas e até certos momentos de groove, como encontrados em “Inebriating Degradation of the Flesh”.

O visual dos caras segue o que já foi feito por nomes como Autopsy no seu “Severed Survival” (1989) e, principalmente, pela espanhola Haemorrhage. Se você não me entendeu ainda, basta imaginar os atores da série “Plantão Médico” (1994), só que em uma versão gore, doentia e com sangue por todo o lado. Tudo a ver com o som, que exige algo bem próximo dos filmes thrash de terror dos anos oitenta. E por falar neles, o quarteto utiliza o velho clichê de se apropriar de trechos das tais películas, para ajudar na fomentação de toda a climática. Previsível, porém sempre bem vindo quando bem utilizado.

Não tenho como deixar passar incólume a atuação do vocalista Alba, que se mostra bem versátil, quando o assunto é mesclar e flertar com grunhidos de porcos sendo estuprados, aos já tradicionais guturais. O musico sabe distribuir bem tais estilos de canto, de uma forma que não sature o ouvinte, respeitando sempre o que as composições pedem. Tenho plena consciência que, sem o bom senso e percepção desse indivíduo, tracks como “Chronic Obstructive Pulmonary Disease” e “Fatal Necrotic Ecstasy” não ostentariam o impacto que possuem. E o mesmo pode ser dito da derradeira “Dreadful Palate”, que é detentora de riffs dissonantes e que denota uma certa tonalidade experimental.

A Putrid Impetus começou a sua jornada em 2023, na capital paulista, e já partiu direto para o full lenght, sem lançamentos prévios. Um passo arriscado, mas que revela a segurança desses quatro senhores, que têm plena consciência dos seus respectivos potenciais, quando a conversa cai para o âmbito de compor música extrema. Não à toa temos aqui dois membros da veterana Pile of Corpses, o baterista Pinguim e o já mencionado vocalista Alba. Taí a explicação do porquê a Putrid Impetus soa tão maturada, desde os seus primórdios.

Formação:

Alba (vocalista)
Marcelo (guitarrista)
Jabu (guitarrista)
Raphomet (baixista)
Pinguim (baterista)

Tracklist:

01. Enter the Gory Morgue (Intro)
02. Chronic Obstructive Pulmonary Disease
03. Fatal Necrotic Ecstasy
04. Fetor Hepaticus
05. Inebriating Degradation of the Flesh
06. Visceral Soliloquy
07. Demented Obscure Desires
08. Dreadful Palate

 
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