Artista: Mystifier
País: Brasil
Álbum: Göetia
Gravadora: Osmose Productions
Licenciamento: Brazilian Ritual Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1993

Seguindo os passos do Sarcófago, da fase do álbum “I.N.R.I.” (87), o MYSTIFIER começou a chamar a atenção da cena mundial já com o lançamento da sua primeiro Demo Tape, “Tormenting the Holy Trinity” (89). O direcionamento musical proposto estava fincado em um Death/Black Metal visceral, extremamente primitivo, e com temas voltados para o satanismo, agregando ainda o ocultismo pregado por nomes como Aleister Crowley e Anton LaVey.

Além da já citada “Tormenting the Holy Trinity” (89), a segunda Demo “Aleister Crowley” (91) garantiram o primeiro contrato da banda, que previa o lançamento de dois títulos, com a francesa Osmose Productions. Então, nos anos seguintes, lançavam os clássicos “Wicca” (92) e “Göetia” (93), que contaram com distribuição massiva para os principais mercados existentes da música extrema.

Enquanto “Wicca” reafirmou a qualidade do grupo, com releituras para faixas das Demos, “Göetia” solidificou-o como um dos principais representantes do underground internacional, ao lado de nomes como Bathory, Blasphemy, Sarcófago e Beherit.

“Göetia” apresentou um MYSTIFIER mais maduro, trazendo composições igualmente intensas e obscuras, o que acabou por garantir um nível de reconhecimento e respeitabilidade jamais vistos, até então, com uma banda nascida no estado da Bahia. O material conta com músicas cadenciadas, que se mesclam satisfatoriamente bem com outras extremamente rápidas. “Aleister Crowley & Ordo Templi Orientis”, faixa de abertura, traz consigo a tal citada mescla, conduzindo assim a track list por este caminho durante toda a obra.

“An Elizabethan Devil Worshipper’s Prayer Book”, “The Sign of the Unholy Cross” e a mais cultuada nos shows da banda, “Beelzebuth”, são as responsáveis por manter o clima do disco sempre denso, carregado de texturas e camadas frias, que acabaram por resultar em uma estética singular para os padrões da época. Partindo deste ponto, não soa exagerado todo o reconhecimento que o mentor e baixista Beelzebuth adquiriu com o passar dos anos. Sempre com opiniões fortes, polêmicas, o cara soube manter a mística da sua figura, sempre atrelada ao grupo de uma maneira muito inteligente, diga-se.

Por conta de todos estes aspectos descritos neste texto, “Göetia” rapidamente se tornou um clássico absoluto do gênero. Essencial, o material nunca esteve fora de catálogo, sempre recebendo versões físicas bastante interessantes. A última, mas não menos importante, foi disponibilizada pela Brazilian Ritual Records, sendo esta a que tivemos acesso para a produção deste conteúdo. Indispensável para fãs do Beherit e Blasphemy.

Formação:

Asmodeus (vocalista)
Meugninousouan (vocalista)
Beelzebuth (contrabaixista)
Astaroth (guitarrista)
Behemoth (guitarrista)
Lucifuge Rofocale (baterista)

Tracklist:

01. Aleister Crowley & Ordo Templi Orientis
02. An Elizabethan Devil Worshipper’s Prayer Book
03. The Sign of the Unholy Cross
04. Caerimonia Sanguilentu (Göetia)
05. Beelzebuth
06. The Realm of Antichristus
07. The True Story About the Doctor Faust’s Pact with Mephistopheles
08. Cursed Excruciation / The Sinuous Serpent of Genesis (Leviathan)
09. The Baphometic Goat of Knights Templar in the 12th Century