Artista: Moonspell
País: Portugal
Álbum: Irreligious
Gravadora: Century Media Records
Licenciamento: Shinigami Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1996
Quando falamos sobre a cena brasileira, em qualquer papo informal de mesa de bar, impossível não mencionar o nome do Sepultura. Concordam?! Pois é, e se ao invés do Brasil, a pauta fosse a cena de Portugal?! Neste caso, o MOONSPELL é quem sempre deu as cartas e, desde o ano de 1992 está em plena atividade com lançamentos sempre consistentes.
“Irreligious”, seu segundo full lenght, foi registrado no ano de 1996 entre os meses de março e maio, no Woodhouse Studios. O material apresentou mudanças drásticas do que fora apresentado no EP “Under the Moonspell” (1994) e no debut “Wolfheart” (1995), deixando o lado Black Metal Pagão de lado e entrando de cabeça no Gothic Metal. Sim, considero que foi algo radical, mas tal direcionamento tornou o som do MOONSPELL mais abrangente e comercial, elevando seu nome para outros mercados.
Confesso que não foi fácil entender a proposta de “Irreligious” no começo, até porque eu vinha de uma excelente impressão deixada por “Wolfheart”, um ano antes. Incrível também é constatar que o intervalo entre os trabalhos mencionados, aconteceu em um período tão curto, para justificar o abismo nas estruturas das composições de ambos os álbuns. Se os lusitanos deixaram alguma pista em “Wolfheart” do que pretendiam para o futuro, eu sinceramente não consegui pescar.
O material tem seu início com a breve introdução “Perverse… Almost Religious”, que já é emendada com “Opium”. Essa faixa se tornou a música de trabalho do CD, e passou a ser cultuada pelos fãs durante os anos, sendo presença obrigatória em todos os seus shows. Nela, já dá pra entender que muita coisa mudou e que nada mais seria como antes. A faixa apresenta um Gothic Rock com breves passagens do Black Metal de antigamente, tendo como guia o vocalista Fernando Ribeiro, que mescla muito bem linhas de vozes clean/graves com o seu já característico gutural.
“Awake!”, “Ruin & Misery” e “Mephisto” são mais alguns dos destaques de um álbum quase que irretocável. Menciono a palavra “quase” porque eu não consigo digerir “Subversion”. Tá certo que a coragem em ousar sempre foi a tônica do MOONSPELL, mas este flerte com a música eletrônica soou forçado demais para mim, tornando-a completamente descartável. Se por um lado é uma pena que algo assim esteja em “Irreligious”, por outro demonstrou que seus compositores não se limitam a qualquer tipo de zona de conforto.
“Irreligious” é encerrado pela composição que mais se aproxima do que assinaram nos títulos antecessores. “Full Moon Madness” é soturna, traz muito da essência do Black Metal dos anos oitenta e passagens climáticas conduzidas pelo tecladista Pedro Paixão. Acredito que ela seja a melhor faixa aqui, mesmo que destoe da nova veia gótica que se tornou o epicentro e fio condutor do disco.
Simpatize você ou não com o MOONSPELL, é um fato incontestável que a banda faz parte do panteão dos artistas, que abraçaram o Metal como ideologia de vida. Se hoje Portugal está no mapa, tenha certeza absoluta que é por conta deste start dado pelo quinteto, desde os idos de 1993, com o lançamento da Demo “Anno Satanae”.
Formação:
Fernando Ribeiro (vocalista)
Ricardo Amorim (guitarrista)
Ares (baixista)
Pedro Paixão (tecladista)
Mike (baterista)
Tracklist:
01. Perverse… Almost Religious
02. Opium
03. Awake!
04. For a Taste of Eternity
05. Ruin & Misery
06. A Poisoned Gift
07. Subversion
08. Raven Claws
09. Mephisto
10. Herr Spiegelmann
11. Full Moon Madness
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