Artista: Mayhem (Noruega)
Evento: Tyrant Fest
Cidade/Estado/País: Oignies – França
Local: Le Metaphone
Data: 17 de Novembro
Ano: 2019
Produtora: Nao Noïse Productions
A noite de 17 de novembro ainda reservava o principal nome da quarta edição do Tyrant Fest, e estávamos todos muito ansiosos por isso. Em plena turnê do seu álbum “Daemon” (2019), o MAYHEM manteve o seu set convencional, ainda que alguns cortes foram sentidos, para se encaixar nos noventa minutos que tinha direito.
Como já era de se esperar, “Daemon” foi o fio condutor da apresentação dos noruegueses, marcando presença com a abertura “Falsified and Hated”, além das ótimas “Malum”, “Bad Blood” e “Invoke the Oath”, que seguiram no decorrer da sua participação. Obviamente, clássicos não faltaram, mas falarei melhor sobre eles no decorrer deste texto.
Que me perdoem os guitarristas Teloch e Ghul, mas a força motriz do MAYHEM está contida nas presenças do baixista Necrobutcher, do baterista Hellhammer e do frontman Attila Csihar. Mesmo que a banda como um todo, passe a real imagem de que está completamente integrada, é notório que estes três caras roubam a cena. Enquanto Hellhammer continua como uma das principais referências do seu instrumento, e isso fica muito evidente em todos os momentos do show, Necrobutcher é o responsável pelo lado mais violento e visceral do grupo. A partir do momento que o cara entrou em cena, ele só parou de bater cabeça ao final de “Pure Fucking Armageddon”, não por coincidência, a última música da noite.
Para falar de Attila Csihar, vou precisar de um parágrafo inteiro. Poucas vezes me senti intimidado com a presença de um vocalista em cena. Attila é daquele tipo de artista que, goste dele ou não, você acaba respeitando. Mantendo um excelente padrão de qualidade do seu estilo peculiar de canto, aliado ao seu visual ser um dos mais brutais que temos notícia no underground mundial, causaram um efeito devastador na audiência. Mascarado, de capuz e roupa que mais parecia uma conjunção de trapos velhos, ele meio que acaba sendo o personagem principal aqui, sendo muito difícil desviar a atenção dele.
“Deathcrush” e “Carnage” foram outros pontos altos durante o culto que se seguia. Além delas, impossível não mencionar “Life Eternal”, “Pagan Fears”, “Freezing Moon”, “Buried by Time and Dust” e “Symbols of Bloodswords”, que ajudaram a moldar, o que se convencionou a ser chamada de “segunda onda” do Black Metal. Impossível ficar indiferente a elas, e quem tem qualquer conhecimento sobre a história deste segmento do Metal, vai sempre reverenciá-las.
A presença do MAYHEM, por si só, já valeria o esforço dos fãs se deslocarem para o Tyrants Fest, mesmo que soubessem tudo que a banda apresentaria. Ainda assim, algumas surpresas foram muito bem vindas, como “To Daimonium” do “Grand Declaration of War” (2000) e “My Death” do “Chimera” (2004)! Confesso que não estava esperando por nada que fugisse do “Daemon”, “Deathcrush” (1987) e “De Mysteriis Dom Sathanas” (1994), então, pode-se dizer que os noruegueses estavam dispostos a valorizar diversas fases da sua carreira.
Em qualquer reunião de amigos, regada a cerveja, e que o assunto seja Metal Extremo, tenham certeza que o nome MAYHEM será mencionado. Em qualquer reunião de cúpula, entre empresários, que o tema seja o fechamento das atrações para determinado festival de Metal Extremo, o MAYHEM será mencionado! Simples assim! Estamos falando aqui de uma unanimidade dentro do underground mundial, e isso é um fato inquestionável!
Saio da França com a minha equipe, repleto de grandes lembranças na mente, CDs e discos de vinil na bagagem, e um sentimento de respeito absoluto pelo MAYHEM e por tudo que ele representa, para o desenvolvimento da nossa cultura banger!
Setlist:
01. Falsified and Hated
02. To Daimonium
03. My Death
04. Malum
05. Bad Blood
06. Symbols of Bloodswords
07. Invoke the Oath
08. Freezing Moon
09. Pagan Fears
10. Life Eternal
11. Buried by Time and Dust
12. Deathcrush
13. Chainsaw Gutsfuck
14. Ancient Skin
15. Carnage
16. Pure Fucking Armageddon
Notícia mais antiga: Carnified – Desbravando as entranhas de Askarden »