Artista: Malefactor (Brasil)
Evento: Palco do Rock
Cidade/Estado/País: Salvador – Brasil
Local: Praia de Piatã
Data: 01 de Março
Ano: 2025
Produtora: Martelo de Thor/Clube do Rock
O Palco do Rock de Salvador é um evento tradicional, que completou trinta e um anos em 2025, e que acontece no período do Carnaval no estado da Bahia. Por ele já passaram ícones do Metal nacional, como o saudoso Andre Matos em sua carreira solo, Korzus, Paradise in Flames, Headhunter D.C., Eskrota, dentre muitos outros. Para a edição de 2025, fomos incumbidos de rumar até a capital do Axé para acompanhar o MALEFACTOR, para termos uma prévia do que encontraremos no Bangers Open Air, no próximo mês de maio em São Paulo.
O festival ocorre todo ano na praia de Piatã, um local lindo na orla de Salvador, e que poderia muito bem render um ótimo cartão postal. A produção, aliada com a prefeitura da cidade, garantiram segurança adequada com policiamento ostensivo, o que acabou por conceder a tranquilidade necessária para os fãs das mais variadas vertentes do Rock e Metal, acompanharem os seus artistas preferidos sem preocupações.
Outro ponto que julgo ser digno de nota foi a quantidade de lojas e vendedores independentes trabalhando, formando assim um verdadeiro comércio rocker com os mais variados tipos de produtos. Eu mesmo não resisti, quando vi o pessoal da iHells Productions com o seu stand, e tratei logo de comprar a versão luxuosa em CD do clássico “Symbolic” do Death. Ou seja, entretenimento não faltou dentro e fora do palco principal.
Além do MALEFACTOR, alguns outros nomes de peso foram confirmados como headliners em 2025. O Mystifier, que tem rodado o mundo apresentando o seu Death/Black Metal, trouxe todo o seu background ao público baiano no segundo dia de festividades. Já o Black Pantera, Eskrota, Auro Control e Lugubra não ficaram atrás, cada um no seu quadrado, mas compondo um cast que primou por agradar a gregos e troianos, sem distinções.
Confesso que estava um pouco ansioso para rever o MALEFACTOR em ação, já que tinha muitos anos que não o assistia in loco. E agora, com a sua confirmação no Bangers Open Air, meio que foi obrigatório vir para a Bahia para viver essa experiência. Contudo, antes de focar no show dos caras, pude conferir trechos de outras duas bandas, Midorii Kido e Splattered Genocide.
A Midorii Kido trouxe consigo parte da cultura Drag Queen para os presentes, tendo como roupagem o Modern Metal com algumas passagens do Metalcore aqui e ali. A qualidade do som não ajudou muito naquela altura, porém as novas composições do EP “Metamorfose” (2025) acabaram surtindo um efeito muito positivo na audiência. Consegui assistir duas músicas e o material tem muito potencial para ser desenvolvido.
A qualidade do som no momento que a Splattered Genocide estava atuando melhorou assustadoramente, e isso porque a afinação dos caras é muito baixa, como o Slam/Brutal Death Metal exige. O quinteto, que conta com dois vocalistas bem distintos entre si, nos presenteou com cinquenta minutos de brutalidade, tendo como alicerce o seu segundo álbum “One Shot… One Kill” (2023). Do seu set conferi três músicas, sempre com aquela tônica doentia e vocais que se assemelham a porcos sendo estuprados. Ótima pedida para os amantes do gênero, atesto.
Adendos finalizados com sucesso, eis que meu olhar novamente voltou-se para o Pagan/Death Metal do MALEFACTOR, que na ocasião estava apresentando os seus novos Singles, lançados no final de 2024. Não por acaso, “Cristozofrenia” e “Baron Samedi” foram dois dos destaques durante a sua participação on stage. É neste momento que vemos o quão importante são os serviços de streaming, quando pude conferir as quase duas mil e quinhentas pessoas cantando-as em uníssono. Composições novas, recém saídas do forno, mas que já ganharam conotações de clássicas do gênero.
O setlist foi um verdadeiro passeio pela discografia do quarteto, contudo, apenas “Celebrate thy War” (1999) foi esquecido, o que foi uma falta muito sentida por este que vos escreve. Acredito que músicas como “Estuans Interius” e “Amon Rising” poderiam facilmente ter figurado naquela oportunidade, entretanto deixaremos para uma próxima. “Sixth Legion” (2017) foi lembrado com as ótimas “Behold the Evil” e “Sodom and Gomorrah”, enquanto que a fase da primeira metade dos anos dois mil predominou no gosto dos mais velhos, com as aparições de “Necrolust in Thulsa Abbey” e “Barbarian Wrath”.
As sempre adicionadas “Elizabathory” e “Centurian” foram muito bem recebidas também, e foi em ambas que Lord Vlad mais se destacou na sua função de vocalista, demonstrando a sua costumeira versatilidade. O cara, além de atuar como baixista, passeia pelos mais variados estilos de canto, entregando uma performance digna dos principais nomes do segmento. Os guitarristas Jafet Amoêdo e Danilo Coimbra, após tantos anos tocando juntos, estão sempre bem entrosados, afiados! Já o baterista Daniel Brandão, sempre preciso, garante a segurança necessária, para a linha de frente ficar cem por cento focada em suas respectivas atribuições.
Ao final, fiquei muito feliz de poder ver uma banda que está pronta para assumir a responsabilidade de representar o nordeste, no melhor e maior festival do Metal brasileiro de todos os tempos. Acredito que não acontecerá qualquer mudança significativa, no set do MALEFACTOR, para o seu compromisso em maio. Mas caso haja qualquer alteração, a sua discografia tem canções de sobra para deixar o nível sempre muito alto. E a contagem regressiva começou…
Setlist:
01. Intro
02. Centurian
03. Behold the Evil
04. Cristozofrenia
05. Necrolust in Thulsa Abbey
06. Baron Samedi
07. Elizabathory
08. Barbarian Wrath
09. Sodom and Gomorrah
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