Megadeth – The Sick, the Dying… and the Dead!
Postado em 02/09/2022


Artista: Megadeth
País: Estados Unidos
Álbum: The Sick, the Dying… and the Dead!
Gravadora: Universal Music Group
Licenciamento: Universal Music Group/T-Boy Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2022

O MEGADETH é, seguramente, uma das bandas que moldaram o meu vocabulário musical, desde os saudosos anos noventa. Álbuns como “Rust in Peace” (1990), “Countdown to Extinction” (1992) e “Youthanasia” (1994) foram, provavelmente, os que mais ouvi em toda a minha vida, dentre os mais diversos LPs que me foram apresentados naquela época. Então, querendo ou não, sempre me cerco de algum tipo de expectativa quando Dave Mustaine anuncia que está trabalhando em algo novo.

Dito isto, contudo, preciso admitir que o grupo estadunidense deixou de tocar a minha alma já há algum tempo. A sequência de títulos que foram lançados, principalmente de “United Abominations” (2007) pra cá, me soou um tanto quanto repetitiva e, até me arrisco a dizer, que um movimento de reciclagem involuntário também ocorreu. Ou seja, absolutamente nada do que veio depois da trinca que citei no parágrafo anterior, continha o carimbo da relevância.

“The Sick, the Dying… and the Dead!”, o mais novo capítulo da saga de Mustaine, foi lançado em setembro de 2022, com a obrigação de, pelo menos, manter o padrão de qualidade apresentado em “Dystopia” (2016). Para nós brasileiros, cabe ressaltar que este material é o segundo a contar com o guitarrista Kiko Loureiro (ex-Angra), que soube agarrar com unhas e dentes a oportunidade de ingressar e se firmar na line up, de uma das grandes do Metal mundial.

Este décimo quinto álbum do MEGADETH, para a surpresa de zero pessoas, contém com clareza a assinatura de Mustaine, em todas as suas doze faixas. O compositor meio que fincou posição na sua zona de conforto e ali não se permite sair, em nenhum momento. Mas isso quer dizer que “The Sick, the Dying… and the Dead!” é um disco ruim? Paradoxalmente, afirmo que não! Todavia, ele soa mais do mesmo e, apesar de momentos incríveis como “We’ll Be Back”, que resgata aquela pegada primitiva de “Killing Is My Business… and Business Is Good!” (1985), não são o suficiente para tornar a obra indispensável.

A faixa título, “Life in Hell” e “Night Stalkers”, esta última com participação de Ice-T, introduzem o ouvinte ao velho mundo do MEGADETH. Ou seja, espere pelos mesmos tipos de riffs, bases e texturas. Nada aqui foi alterado, talvez para não criar estranheza nos mais puristas e ortodoxos. Então, se você já vem cansando da banda no decorrer dos últimos anos, este material não vai ser um sopro de vitalidade, nem tampouco um sinal de longevidade criativa do seu líder.

Outros destaques vão para “Dogs of Chernobyl” que tem uma introdução bem intimista, além de “Killing Time” que já pode ser considerada uma sucessora espiritual de “Angry Again”. Além delas, “Mission to Mars” também me soou maravilhosamente bem, principalmente por me remeter àquela aura contida em “Cryptic Writings” (1997). Mas é só, e nada que já não tenha sido produzido pelo próprio MEGADETH no decorrer da sua carreira.

Reitero que “The Sick, the Dying… and the Dead!” não é um álbum ruim! Ele soa medíocre, repetitivo e, até mesmo, um auto plágio escancarado. Entre me manter ouvindo-o, prefiro retirar a poeira dos clássicos da década de noventa e, rememorar um período que tudo soava inédito, apaixonante.

Formação:

Dave Mustaine (guitarrista, vocalista)
Kiko Loureiro (guitarrista)
James LoMenzo (baixista)
Dirk Verbeuren (baterista)

Tracklist:

01. The Sick, the Dying… and the Dead!
02. Life in Hell
03. Night Stalkers
04. Dogs of Chernobyl
05. Sacrifice
06. Junkie
07. Psychopathy
08. Killing Time
09. Soldier On!
10. Célebutante
11. Mission to Mars
12. We’ll Be Back

 
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