Hellway Train – Lockdown Reborn
Postado em 20/05/2021


Artista: Hellway Train
País: Brasil
Álbum: Lockdown Reborn
Gravadora: iHells Productions
Licenciamento: Rocketz Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2021

Me venderam a banda mineira HELLWAY TRAIN como a versão brasileira do Judas Priest. Mas já que estou calejado, me reservei ao direito de me manter cético, até que eu pudesse de fato escutar o seu novo EP “Lockdown Reborn”. Não tardou até que me enviassem uma cópia no formato K7, para que a minha imersão fosse a maior possível, principalmente porque estamos diante de um grupo que prima por resgatar o Heavy Metal tradicional, fomentado nos anos oitenta.

Já nos primeiros momentos de “Bomberman”, após a breve introdução “Off the Rails”, percebi que não existiu qualquer tipo de exagero, na comparação que me foi feita da HELLWAY TRAIN com relação ao Judas Priest. A semelhança é tanta que não seria equivocado afirmar que os mineiros poderiam, facilmente, ser uma espécie de tributo aos ingleses sem qualquer tipo de constrangimento.

O vocalista Marc Hellway é um dos responsáveis diretos pela comparação com o Priest. O cara consegue ser mais parecido com Rob Halford, do que o próprio Tim “Ripper” Owens, que fez parte da banda durante as fases dos álbuns “Jugulator” (1997) e “Demolition” (2001). Mas se por um lado isso pode nos passar falta de personalidade, por outro é de se espantar como ele consegue se sair tão bem, com um timbre palatável e que certamente vai agradar aos fãs da NWOBHM.

“Lockdown Reborn” vai bem na direção do “Painkiller” (1990), tendo a já citada “Bomberman” e “Metal Widow” como os principais destaques. Inclusive, esta última, aproxima-se da clássica “Between the Hammer & the Anvil” na sua estrutura e nas linhas adotadas por Marc. Isto pode incomodar? Aos mais chatos sim, mas eu gostei muito do resultado!

“Pride is a Riot” poderia estar presente no “Screaming for Vengeance” (1982), e por sinal esta foi a que mais gostei dentre todas. Refrão pegajoso e que deve ser rapidamente abraçada pelos fãs. O material fecha com “Claustrophobiac” que se mantém cadenciada, pesada e mais intimista. Um ponto digno de nota é que encontramos riffs que beberam da fonte do Iron Maiden, em início de carreira, promovendo uma mescla interessante com a influência predominante, que o Metal God & Cia impõe aqui.

O EP ainda conta com a bonus track “Desordem/Regresso”, que reflete a posição política da banda, contra o governo vigente do Brasil. A música é conduzida por uma letra forte, composta na nossa língua natal, e deveria constar no tracklist oficial deste disco. Talvez, por opção da gravadora, ela tenha sido “descartada”, o que considero ter sido um erro.

A HELLWAY TRAIN se propõe a fazer um Heavy Metal Tradicional, com fortes influências do Judas Priest (principalmente), Iron Maiden e congêneres. Ela é bem sucedida nesta missão? Sim, é! Porém, para um full lenght, eu espero que os músicos aqui busquem uma assinatura própria, algo mais autoral e menos focado nos seus ídolos.

Formação:

Marc Hellway (vocalista)
Vinícius Thram (guitarrista)
João Brumano (guitarrista)
Chris Maia (baixista)
Jon Albert (baterista)

Tracklist:

01. Off the Rails
02. Bomberman
03. Metal Widow
04. Pride Is a Riot
05. Claustrophobiac
06. Desordem/Regresso

 
Categoria/Category: Reviews
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