– Atualmente a Fohatt faz parte do cast da MS Metal Agency Brasil. Como tem sido essa parceria até aqui?

R: A parceria tem sido bastante positiva. A MS Metal tem nos dado suporte em diversos aspectos, desde assessoria de imprensa até oportunidades de divulgação e distribuição. É importante para uma banda como a nossa, com uma proposta mais atmosférica e introspectiva, ter um time que entende o valor do underground e que respeita nosso processo artístico.

– O debut “Reflections of Emptiness”, foi lançado e confesso que já esperava por algo assim vindo de vocês. Qual a razão para terem gravado esse material nesta fase da carreira?

R: Sentimos que era o momento certo para consolidar nossa identidade musical. O EP “Ancient Ritual Of The Season” já havia nos apresentado ao público, mas queríamos expandir nossa visão e registrar uma obra mais completa, com mais nuances e profundidade emocional. O álbum é fruto de um período de introspecção coletiva e evolução artística.

– Eu particularmente acho o som da banda incrível, mas gostaria de saber como vocês se enxergam, como se rotulam. Onde vocês acham que a banda se encaixa no mercado atual?

R: Nosso som é uma fusão de Doom Metal atmosférico com elementos melancólicos, rituais e introspectivos. Não nos prendemos a rótulos fixos, mas se fosse necessário definir, diríamos que caminhamos entre o Doom, o Post-Metal e o Dark Ambient. No mercado atual, acreditamos ocupar um espaço de resistência artística, onde a música ainda pode ser uma experiência profunda e espiritual.

– Como tem sido a recepção dos fãs com relação ao CD “Reflections of Emptiness”?

R: Tem sido melhor do que esperávamos. Recebemos muitas mensagens de pessoas que se conectaram com o clima do álbum, com suas letras e atmosferas. É gratificante perceber que, mesmo sendo um trabalho mais denso e contemplativo, conseguimos tocar as pessoas em algum nível mais profundo.

– Os planos da banda envolvem apenas o lançamento deste álbum ou outros formatos estão previstos no planejamento de vocês?

R: Já lançamos o álbum em CD e Vinil, mas estamos trabalhando em novos formatos sim. Participamos recentemente de um projeto especial musicando poemas de Ronaldo (ex-M26), e temos planos para clipes, versões acústicas e um novo álbum para 2025. A criação nunca para.

– “Remembrance of Light” é outra música de peso da Fohatt. Vocês já apresentaram essa música nos shows? Como o público tem reagido e como se deu seu processo de composição?

R: Ela representa bem o equilíbrio entre peso e melodia que buscamos. A composição nasceu de uma linha de guitarra criada pelo Tony, que ele e o Edu desenvolveu harmonicamente. A letra veio depois, inspirada em uma visão poética sobre memória e transcendência. Não estamos tocando ao vivo, por morarmos distantes devido aos trabalhos e acredito que seguiremos assim por um bom tempo.

– Imagino que vocês continuam compondo em estúdio. No geral, como funciona internamente este trabalho com vocês?

R: O processo é bastante colaborativo. Geralmente as ideias nascem com os guitarristas (Tony e Edu), que trazem riffs, climas ou até faixas quase completas. Depois disso, todos contribuem com arranjos, ambiências, e o vocal entra com as letras e melodias. Temos liberdade criativa, mas sempre com o objetivo de manter a coerência do universo da banda.

– Como vocês enxergam o mercado fonográfico em 2025? Ainda existem espaços para bandas como a Fohatt?

R: O mercado está fragmentado, mas ainda há espaço para propostas autênticas. O público que busca profundidade e arte verdadeira ainda existe — talvez em menor escala, mas é fiel e engajado. Com as ferramentas digitais, selos independentes, revistas, fanzines conseguimos circular bem mesmo sendo uma banda com uma proposta mais “nicho”.

– Geralmente, a banda trabalha com algum produtor externo? Pergunto isso, porque a maioria dos artistas que entram em contato conosco, preferem concentrar a produção neles próprios…

R: Fazemos praticamente tudo internamente e enviamos ao Paulo do The Cross, grande amigo e profissional, que com seu talento e visão se integra conosco na produção e masterização.

– Muito obrigado pelo tempo cedido para a equipe da The Ghost Writer Magazine. Agora pode ficar à vontade para as suas considerações finais…

R: Nós que agradecemos o espaço e o interesse. Convidamos todos a mergulharem em nosso universo sonoro com mente e coração abertos. A Fohatt é sobre transcendência, enfrentamento da escuridão interior e reconexão com aquilo que é essencial. Um grande abraço a todos!