Artista: Dream Theater
País: Estados Unidos
Álbum: Images and Words
Gravadora: Atco Records
Licenciamento: Indisponível
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1992
O Rock Progressivo nunca foi um estilo que me chamou muito a atenção. Mesmo que eu entenda a importância de nomes como Genesis, YES, Emerson, Lake & Palmer e os canadenses do Rush; o segmento nunca foi um dos que me peguei consumindo desde quando me entendo por ouvinte de Rock/Metal. Todavia, este meu panorama começou a mudar quando conheci o “Images and Words”, segundo álbum dos americanos do DREAM THEATER.
Eu considero “Images and Words” como uma progressão natural do que foi proposto pelas bandas progressivas, dos anos sessenta, setenta e até oitenta. Os estadunidenses se propuseram a inserir muito peso, em um estilo que tinha complexidade e climáticas em abundância, tornando-o assim muito mais interessante. Desta forma, podemos sim afirmar que o DREAM THEATER é o pai da criança, cujo o nome atende por Prog Metal.
A partir de “Images and Words” e do seu sucesso, não era de se admirar que uma grande leva de bandas tentou seguir os caminhos da trupe de John Petrucci, algumas delas até alcançaram êxito, porém, sem o mesmo brilho e elegância. Mastodon, Opeth e Symphony X estão entre as minhas prediletas, quando o assunto é entortar neurônios, apenas para citar algumas referências.
Acredito que a entrada de James LaBrie como vocalista, substituindo Charlie Dominici, foi algo que também criou mais possibilidades para a abrangência das composições do grupo. O debut “When Dream and Day Unite” (1989) é um bom trabalho, não me entenda mal, mas o salto qualitativo dado em “Images and Words” é algo gritante. Tão gritante que “Pull Me Under” explode nos ouvidos, grampeando o fã de imediato, sendo a preferida de dez entre dez amantes do Metal Progressivo.
“Another Day” impressiona pela ousadia de incluir um saxofone, que não me atrevo a questionar seu protagonismo. A balada é linda por si só, mas com a presença do inusitado instrumento, tornou-a uma das mais belas estruturas que pude ter conhecimento naquele recorte temporal. “Take the Time” e “Surrounded” dão sequência a obra, seguindo por linhas mais complexas, mas que, ao mesmo tempo, soam extremamente palatáveis e com traços comerciais bastante visíveis.
Acredito que a façanha do DREAM THEATER é a de tornar comercial um estilo que, em teoria, nasceu para ser nichado. Acredito que a união destes cinco caras, inspirou músicos a se dedicarem mais nos seus estudos, sempre buscando o aperfeiçoamento das técnicas, visando alcançar o alto patamar aqui imposto. Uma prova disso é a faixa “Metropolis (Part 1: The Miracle and the Sleeper)”. Consigo imaginar essa composição servindo como base de pesquisa, para teses de TCC, tamanha a sua originalidade, versatilidade e bom gosto.
Para não dizer que nem tudo são flores em “Images and Words”, a última faixa, “Learning to Live”, não me pegou. Não que ela seja uma música ruim, muito pelo contrário! Mas as sete antecessoras são extremamente inebriantes, empolgantes e essenciais. Talvez os seus mais de dez minutos de duração tenham me cansado, ou eu não estava com o ouvido devidamente educado para ela.
Eu enxergo “Images and Words” como uma espécie de referência, que ajudou a conduzir e moldar uma nova geração de artistas. Apenas por isso, goste ou não goste de sua proposta, desprezá-lo seria um ato da mais alta ignorância.
Formação:
James LaBrie (vocalista)
John Petrucci (guitarrista)
John Myung (baixista)
Kevin Moore (tecladista)
Mike Portnoy (baterista)
Tracklist:
01. Pull Me Under
02. Another Day
03. Take the Time
04. Surrounded
05. Metropolis (Part 1: The Miracle and the Sleeper)
06. Under a Glass Moon
07. Wait for Sleep
08. Learning to Live
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