Death – Scream Bloody Gore
Postado em 27/05/1987


Artista: Death
País: Estados Unidos
Álbum: Scream Bloody Gore
Gravadora: Combat Records
Licenciamento: Shinigami Records
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 1987

Passados dois anos do lançamento do clássico “Seven Churches” (1985), da banda Possessed, eu ainda não tinha me recuperado das sensações que aquele trabalho tinha despertado em mim. Foi através dele, inclusive, que entrei de cabeça no mundo do Death Metal. Dito isto, foi em 1987 que conheci o ainda garoto Chuck Schuldiner, com o seu então projeto, Death. Desde 1984 ele vinha fazendo barulho na cena, soltando diversas Demo Tapes, mas foi em 1987, com o lançamento do debut “Scream Bloody Gore”, que a brincadeira ficou mais séria.

Chuck Schuldiner sempre foi um prodígio e, mesmo com pouca idade, registrou as vozes e todas as cordas do álbum. Chris Reifert foi o responsável pelas sessões de bateria, que foram conduzidas pelo produtor Randy Burns no The Music Grinder, em Los Angeles, Califórnia. No geral, a produção do álbum agrada em cheio, deixando a sua sonoridade extremamente primitiva, orgânica e suja na medida certa. Afinal de contas, estamos falando aqui do primeiro álbum de Death Metal realizado no mundo.

Vocês se lembram da minha citação ao “Seven Churches”?! Pois é, a discussão é fervorosa entre os fãs, quanto ao pioneirismo do Death Metal. Possessed ou Death?! Quem nos apresentou o Death Metal primeiro? Quem seria o pai da criança? Na minha humilde opinião, e com todo respeito e admiração que devo à Jeff Becerra, mas o “Seven Churches” ainda trazia muitos elementos do Thrash e Speed Metal. Já “Scream Bloody Gore” soa mais fechado dentro da sua proposta. Ou seja, temos aqui um álbum que não abre brechas para elementos de outros gêneros.

“Scream Bloody Gore” conta com dez faixas, com temas inspirados em filmes de horror e teve a sua arte de capa assinada por Edward J. Repka. O resultado disso tudo gerou um marco, um ponto zero, para um dos estilos mais bastardos do Metal, e que acabou por abraçar os nerds fãs de longas metragens de baixo orçamento. Exemplos não faltam aqui, como em “Zombie Ritual” que foi inspirada no filme “Zombie 2” de 1979, além de “Evil Dead” que poderia fazer parte da trilha sonora de “The Evil Dead” (1981), do diretor Sam Raimi.

Dentre todas, a minha preferida de longe é “Denial of Life”. A faixa empolga, justamente por trazer bases que estimulam o headbanging em dois momentos chave. Me arrisco a dizer que ela, juntamente com “Zombie Ritual” representem melhor o que este disco quer transmitir. Além delas, outro ponto alto atende pelo nome de “Beyond the Unholy Grave”. E, para não fugir da linha adotada por Chuck e citada por mim no parágrafo anterior, a música foi influenciada pelo filme de 1981 “The Beyond”, do italiano Lucio Fulci.

As discussões e rivalidades entre os fãs do Death e Possessed continuarão. Não acredito que chegaremos ao senso comum, acerca do tal pioneirismo que discutimos aqui neste texto. Contudo, ambos os primogênitos são patrimônios da cultura underground, obras atemporais e que merecem toda a nossa devoção. Sou time Chuck Schuldiner, e você?

Formação:

Chuck Schuldiner (vocalista, guitarrista, baixista)
Chris Reifert (baterista)

Tracklist:

01. Infernal Death
02. Zombie Ritual
03. Denial of Life
04. Sacrificial
05. Mutilation
06. Regurgitated Guts
07. Baptized in Blood
08. Torn to Pieces
09. Evil Dead
10. Scream Bloody Gore

 
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