Beelzeebubth – Sæculum Obscurum
Postado em 10/12/2020


Artista: Beelzeebubth
País: Brasil
Álbum: Sæculum Obscurum (Regressing More Than a Generation)
Gravadora: Brazilian Ritual Records
Licenciamento: Brazilian Ritual Records
Versão: 7″ Vinyl
Ano de Lançamento: 2020

Quem acompanha de perto o cenário underground mundial, certamente já ouviu falar de Beelzeebubth, mastermind do Mystifier. Então, quando o cara anunciou que estava registrando um trabalho solo, depois de mais de trinta anos focado apenas no seu projeto principal, causou certa curiosidade sobre o que estava por vir.

“Sæculum Obscurum (Regressing More Than a Generation)” foi lançado com exclusividade no formato die hard em 7” EP, através da Brazilian Ritual Records no Brasil, e é um artefato irrepreensível, à altura da importância que o músico tem na cena. Ou seja, se você é entusiasta por ter o disco físico, vale a pena cada centavo!

Em âmbito musical, não espere nada diferente do que o compositor já realiza para o Mystifier. Aqui, a estética orgânica e voltada para o Death/Black Metal, com algumas passagens Doom, está sempre presente. Todavia, Beelzeebubth se cercou de quatro vocalistas de peso como convidados especiais, para promover variações interpretativas, numa tentativa de fugir um pouco da banda que o consagrou.

“Black Slave Ship (the Triumph of Death)” abre o lado A do vinil, e conta com a presença de Vincent Crowley (Acheron). A tônica, como já mencionada, é o Black/Death Metal tendo o lado Death acentuado, justamente, pelo estilo de cantar do norte americano. Já “What Does Black Magick Mean?” tem andamentos mais rápidos, ainda que a fórmula que insere passagens Doom e climas soturnos, conduzidos por arranjos de teclados, esteja mais em evidência nela. As vozes aqui foram registradas por Luciano Lamferniis, da catarinense Antichrist Hooligans.

Ao virarmos para o lado B do vinil, nos é apresentada “Tribal Spiritual Reconquest (Amazon Rebirth)”. Esta traz arranjos tribais, e um apelo lírico voltado para questões muito presentes na política brasileira, nos dias atuais. Até aqui foi a que mais gostei, e que melhor representa o posicionamento ideológico de Beelzeebubth. Impossível deixar de destacar o trabalho de Alex Okendo (Masacre) nos vocais, promovendo variações bem definidas do gutural ao scream.

A produção da bolachinha foi assinada pelo próprio músico, e ficou dentro do padrão de qualidade que estamos acostumados com o Mystifier. Tal eficácia deixou a arrastada “Mom Gaia’s Pandemic Revenge”, com o peso necessário para que ela funcionasse. Além disso, mantendo a condução de voz bem característica dos álbuns do Inquisition, Dagon se prendeu única e exclusivamente ao Black Metal. Sendo assim, o contraste que acabou causando com as suas antecessoras, fechou meio que de forma inesperada a obra.

O 7” EP “Sæculum Obscurum (Regressing More Than a Generation)” não reinventa a roda, e nem foge do que o Mystifier vem fazendo atualmente. Arrisco-me a dizer que, pelo menos três das quatro faixas aqui, poderiam facilmente ter entrado em “Protogoni Mavri Magiki Dynasteia” (2019). Ainda assim, mesmo que não fuja do que já se espera dele, Beelzeebubth continua mais ativo do que nunca, sempre presenteando os fãs com o seu estilo bem peculiar de composição.

Formação:

Beelzeebubth (guitarrista, baixista)

Tracklist:

01. Black Slave Ship (The Triumph of Death)
02. What Does Black Magick Mean?
03. Tribal Spiritual Reconquest (Amazon Rebirth)
04. Mom Gaia’s Pandemic Revenge

 
Categoria/Category: Reviews
Notícia mais recente: «
Notícia mais antiga: »

TOP