Artista: Art of Anarchy
País: Estados Unidos
Álbum: Let There Be Anarchy
Gravadora: Pavement Entertainment
Licenciamento: Indisponível
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2024
Conheci esse Art of Anarchy com muito atraso e da forma mais equivocada possível. Quem me vendeu este terceiro álbum, “Let There Be Anarchy”, cometeu o grave erro de mencionar que se tratava do novo projeto do workaholic Jeff Scott Soto. Para ser sincero, tal afirmativa é de fato uma meia verdade, já que o cantor americano, de ascendência porto-riquenha, faz parte da nova formação do quinteto. Contudo, a coisa toda vai muito além disso, demonstrando que o buraco é bem mais embaixo.
O Art of Anarchy foi formado pelo ex-guitarrista do Guns n’ Roses, Ron “Bumblefoot” Thal, que uniu forças com os irmãos Votta, Jon (guitarrista) e Vince (baterista), no longínquo ano de 2011. Anteriormente lançaram dois álbuns e contaram com outros dois vocalistas, o saudoso Scott Weiland (ex-Stone Temple Pilots, Velvet Revolver) e Scott Stapp (Creed). Ambos deixaram seus companheiros na mão, atrapalhando (e muito) o desenvolvimento da marca, que prometia ser algo nos moldes das enormes bandas de arena. Com tantos golpes, era de se esperar que o projeto fosse finalizado. Ledo engano, meus amigos!
Em 15 de setembro de 2023, foi anunciado o seu retorno. Ron remontou o time e escalou Jeff Scott Soto (Sons of Apollo, Talisman, W.E.T. e muitos outros) para a vaga deixada por Stapp, além de trazer o baixista Tony Dickinson (Trans-Siberian Orchestra) para o lugar de John Moyer (Disturbed). E foi com essa seleção mágica que “Let There Be Anarchy” foi apresentado ao público, em fevereiro de 2024. O estilo continua o mesmo, portanto dá pra gente esperar aquele pujante Modern Hard Rock, acrescido agora com o peso do Metal e leves pitadas do Progressivo.
“Die Hard”, com seus mais de sete minutos de duração, já nos demonstra dois aspectos muito importantes. O primeiro é que Jeff Scott Soto está bem à vontade, despejando uma interpretação mais agressiva, pesada, com bastante uso dos drives. E o segundo é que Ron acabou por trazer, um pouco, das referências da sua participação na Sons of Apollo, com aquele apelo mais Progressivo, ainda que tenha se contido em empregar variações rítmicas. Ótimo refrão e, talvez, o melhor de todo o full lenght.
A próxima, “Echo of Madness”, é cadenciada e traz uma excelente atuação de Soto, que acaba dando a sua cara sem se preocupar com quem o antecedeu. “Bridge of Tomorrow” é outro tema que merece menção, com um solo inspirado de Ron e aquele formato bem típico para se encaixar nas rádios norte-americanas. O caráter de vanguarda ficou à cargo de “Blind Man’s Victory” e “Dying Days”, inclusive com as inserções de vocais gritados e alguns guturais intercalados. Nestas duas fica bastante nítido que Ron não perdeu as suas raízes. Dá para sentir que estamos diante de uma formação estadunidense bem típica, principalmente quando os violões de “The Good, the Bad and the Insane” tomam as rédeas da tracklist. É bem provável que, “The Good, the Bad and the Insane”, seja a tentativa mais contundente do cara sair um pouco da sua zona de conforto. Algo até louvável diante do que foi mostrado até esse momento.
A arte de capa do disco nos apresenta um personagem central, que se trata de uma mistura interessante do Coringa (sim, o vilão clássico do Batman) com Eric Draven, da franquia de filmes “O Corvo”. Portanto, temos aqui, um material conceitual que gira em torno de uma figura anarquista, que promove uma revolução no seu habitat natural, podendo ser encarada como uma metáfora para os nossos demônios internos. Algo como, acredito eu, a defesa de uma revolução para que mudanças significativas possam existir, como fica claro em “Writing on the Wall”. Inclusive, atesto que ela deva carregar a melhor letra do material.
O meu veredito não é o melhor, infelizmente. Gostaria de poder dizer que amei o álbum, todavia meu sentimento passou bem longe disso. Com as presenças de músicos tarimbados, sempre acabamos esperando por algo fora da curva, mas não é o que acontece em “Let There Be Anarchy”. Finalizei a minha audição sem qualquer momento marcante fixado na memória. Nenhum riff, nenhum solo, nenhum refrão. Ao final, ficou apenas a frustração.
Formação:
Jeff Scott Soto (vocalista)
Ron “Bumblefoot” Thal (guitarrista)
Jon Votta (guitarrista)
Tony Dickinson (baixista)
Vince Votta (baterista)
Tracklist:
01. Die Hard
02. Echo Your Madness
03. Vilified
04. Bridge of Tomorrow
05. Writing on the Wall
06. Rivals
07. Blind Man’s Victory
08. Dying Days
09. The Good, the Bad and the Insane
10. Disarray
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