Artista: Divine Pain
País: Brasil
Álbum: Destructive Measures
Gravadora: Abismo Metal Store
Licenciamento: Abismo Metal Store
Versão: Compact Disc
Ano de Lançamento: 2024
Com a sua agenda sempre cheia, agora que também faz parte das bandas Malefactor e Headhunter D.C., não imaginei que o guitarrista Danilo Coimbra teria tempo para se dedicar ao DIVINE PAIN. Ledo engano deste que vos escreve, já que o projeto soltou em 2024 o seu segundo álbum, intitulado “Destructive Measures”, com nova formação e contando com algumas surpresas muito bem vindas.
O direcionamento musical continua sendo o Death Metal, como apresentado no debut “Immortality” (2010), contudo, Danilo não se furtou de usar texturas e andamentos extraídos do Doom Metal, desta vez. A coisa toda fica mais séria quando pegamos como exemplo “A Path into the Void”, e os seus mais de sete minutos de duração. A faixa é integralmente lenta, mórbida, pesada e foge de tudo que o músico já escreveu na sua carreira, somando-se aí todos os seus anos ao lado do Malefactor.
A tal faceta com o Doom trouxe um ingrediente muito bem vindo para a obra, tornando-a mais eclética e com um certo teor de imprevisibilidade. Ainda assim, o alicerce para toda a concepção de “Destructive Measures” é o Death Metal, e não podemos nos esquecer disso. Trata-se de algo inegável e, tal afirmativa, já pode ser constatada nos primeiros momentos de “Flesh-Eating Protocols” e “Violence as Prevention”, dois dos meus destaques aqui. Enquanto a primeira usa e abusa da velocidade e blast beats, a segunda possui uma condução mais propensa para o headbanging, soando complementares.
“Gospels of Damnation” é outro dos pontos altos e, através dela, gostaria de ressaltar um novo viés do guitarrista. Usando e abusando da alavanca, Danilo se permitiu trabalhar os solos desse álbum de uma maneira diferente, do que comumente apresenta no Malefactor. A melodia é um fator determinante? Sim é, mas o cara encheu a mão no quesito brutalidade, deixando o resultado mais visceral e semelhante ao que Trey Azagthoth, por exemplo, apresenta no Morbid Angel. A referência acredito ser certeira, já que o americano sempre exerceu muita influência na musicalidade do brasileiro.
Os riffs contidos em “Destructive Measures” se configuram como sendo um verdadeiro trunfo, para a funcionalidade e relevância do disco. A variedade parece preencher todas as necessidades do ouvinte, que vai desde os mais melodiosos contidos na excelente “Dead Man Walking”, aos mais sombrios de “Deus Mortuus Est”. Essa última, em específico, serve como mais um exemplo da forma acertada, com a qual Danilo inseriu o Doom Metal na sonoridade da DIVINE PAIN, refletindo muita naturalidade no processo.
“Destructive Measures” é um álbum de Death Metal diversificado e que apresenta passagens do Doom Metal, que apenas deixam o resultado mais contundente. Apesar da produção não ser um dos atrativos, longe disso, acredito que o material tem o seu espaço no cenário. Ao lado de nomes como o já citado Morbid Angel e o Incantation, o DIVINE PAIN está apto para carregar a tocha do gênero sempre acesa, no do lado de cá do hemisfério.
Formação:
Danilo Coimbra (guitarrista)
Fábio Brayner (vocalista)
Rodrigo Nunes (baixista)
Daniel Beans (baterista)
Tracklist:
01. Intro
02. Flesh-Eating Protocols
03. Violence as Prevention
04. 731
05. The God’s Funeral
06. Gospels of Damnation
07. Dead Man Walking
08. Six Feet Under
09. Deus Mortuus Est
10. A Path into the Void
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